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Em palestra que circula em forma de vídeo na internet, o economista Paulo Guedes, ex-ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro, vem dizendo que o Brasil é a esperança do mundo e é a maior e melhor opção para alimentar uma população que pode chegar a 9,4 bilhões de habitantes por volta de 2050, quando depois começaria a diminuir. Guedes desenvolve sua análise, geralmente brilhante, e apresenta uma lista de elementos que colocam o Brasil na condição de um dos poucos lugares do planeta com potencial para decolar, desenvolver-se, sair do estado de pobreza e atraso, ser celeiro do mundo e deixar para trás a condição de um lugar que, tendo tudo para ser rico, insiste em se manter no atraso e no subdesenvolvimento. Mas a pergunta que se impõe é: o otimismo de Paulo Guedes faz sentido?

Em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez o recenseamento da década, que foi um dos mais completos em razão do uso de modernas tecnologias de computação, tendo se tornado mais prático e eficiente conhecer o país, seus problemas e suas vantagens. Tomando por base o referido banco de dados, dois economistas, Fabio Giambiagi e Claudio Porto, coordenaram a elaboração do livro intitulado 2022 – Propostas para Um Brasil Melhor no Ano do Bicentenário, uma espécie de relatório técnico apresentando a situação do país e fazendo projeções para o ano de 2022, quando o Brasil chegaria a dois séculos de sua independência em relação ao reino de Portugal.

Naquela obra, que projetava 12 anos à frente, a mais profunda alteração prevista era de ordem demográfica. A previsão era de que a população de crianças na faixa dos 5 aos 14 anos iria diminuir em 6,5 milhões (de 34,1 milhões para 27,6 milhões), enquanto a população com 60 anos ou mais deveria aumentar em 11,4 milhões de pessoas (de 19,3 milhões para 30,7 milhões).

Na época, acreditava-se que somente essa mudança mudaria de tal forma o perfil da sociedade brasileira que toda a transformação do país seria determinada por essa nova realidade. Pois a prévia do censo do IBGE de 2022 mostrava que a população de 5 a 14 anos baixou para 22 milhões de pessoas – uma queda maior que a prevista –, enquanto a população acima de 60 anos aumentou para 32 milhões, um crescimento maior que o previsto.

Para analisar o que é o Brasil hoje, quais aspectos estão melhores, quais estão piores e quais não se alteraram, as mudanças demográficas devem ser consideradas pelo efeito que produziram e vão produzir em todos os aspectos da economia, especialmente do produto, emprego, renda e nível de desenvolvimento. Como no período de 2010 até agora o país não correspondeu em termos de crescimento, elevação da renda por habitante, diminuição das desigualdades, eliminação da miséria e redução da pobreza, o slogan “Brasil, país do futuro” continua apenas o título de um livro escrito por um grande intelectual em 1941.

O escritor austríaco-judeu Stefan Zweig, veio morar no Brasil para fugir do nazismo, e publicou um livro intitulado Brasil, País do Futuro. A partir de então, o título do livro tornou-se um slogan que passou a fazer parte do imaginário popular e virou uma espécie de mantra nos meios políticos e intelectuais, como o próprio Paulo Guedes em sua análise otimista do futuro do Brasil. Entre as razões para tal profecia estavam as riquezas naturais inexploradas, o território enorme, a ausência de conflitos nas fronteiras e todo um castelo de recursos a serem explorados a favor de sua população e do resto do mundo. O que Zweig não considerou em sua profecia foi a grande capacidade dos governantes brasileiros em afastar o país do caminho do desenvolvimento.

Dilma Rousseff, que governou desde o início de 2011 até agostos de 2016, colocou em seu plano de governo que dois de seus objetivos eram: 1) eliminar a pobreza extrema (a miséria), por meio da melhoria da renda e do emprego; e 2) reduzir de 20% para 5% da população o grupo dos classificados como pobres. Nos relatórios do IBGE, a população de pobres era de20% dos 193,7 milhões habitantes existentes em 2010 (ou 38,7 milhões de pessoas), e a população de extremamente pobres era de 7% da populaçãototal (13,6 milhões de pessoas). Em relação à população brasileira de 2024, o quadro de miséria e pobreza não mudou, mesmo considerando que o número médio de filhos por mulher caiu de 1,9 em 2010 para 1,6 em 2022. Passaram-se 12 anos de discursos e promessas e o Brasil continua com a mesma miséria e a mesma pobreza, com algumas melhorias marginais em porcentuais pequenos.

Ressalte-se que, na travessia dos últimos 14 anos, o país enfrentou uma grave recessão em 2015 e 2016 (por obra dos governantes) e uma pandemia global em 2020, 2021 e parte de 2022. O fato é que o país do futuro só ficou mais velho e, em termos sociais, continua o mesmo, à espera de que um futuro sem miséria e com baixo nível de pobreza um dia chegue.  

Desde 2010, as duas maiores causas histórias que impediam o Brasil de se desenvolver eram a precária infraestrutura física e o baixo nível educacional, sob um ambiente de falta de confiança nas instituições e enorme insegurança jurídica, além de outras causas. Todas essas causas continuam presentes atualmente tal como eram no passado, em alguns aspectos até mesmo pioradas. E a pergunta que fica é: quando e como este país de natureza rica e população pobre conseguirá sair do atraso que tem sua marca profunda?

FONTE: GAZETA DO POVO

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A revelação feita ontem de uma fraude bilionária no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) colocou aposentados e pensionistas em alerta. A investigação mostrou que entidades faziam cobranças irregulares de "mensalidade associativa". A operação resultou na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

Mas como aposentados ou pensionistas podem saber se perdeu dinheiro na fraude? E como pedir o ressarcimento?

Como descobrir se perdi dinheiro?

Para saber se teve algum valor descontado, o aposentado ou pensionista precisa verificar o extrato do INSS. Veja abaixo como fazer:

  1. Acesse o app ou site Meu INSS e faça o login com CPF e senha do gov.br;
  2. Na página principal, clique em "Extrato de pagamento de benefício";
  3. Clique sobre o número do benefício;
  4. Na sequência vai ser mostrado o extrato;
  5. Ali, busque por descontos de mensalidades associativas - pode aparecer como 'débito associação' ou 'mensalidade associativa';
  6. Amplie a busca e consulte os extratos entre 2019 e 2024.

Como pedir a exclusão do desconto?

Ao identificar a irregularidade, é possível excluir a adesão à mensalidade associativa também pelo app. Veja o passo a passo:

  1. Acesse o Meu INSS com login e senha.
  2. No campo de busca (onde tem a lupa) escreva "mensalidade associativa"
  3. Vão aparecer opções, selecione excluir mensalidade de associação ou sindicato no benefício.
  4. Clique em Atualizar para conferir e atualizar seus dados, se necessário. Após atualizar os dados, selecione Avançar.
  5.  Leia as instruções e escolha Avançar.
  6.  Informe os dados solicitados e clique em Avançar
  7. Anexe os documentos (se for necessário) e vá em Avançar.
  8. Selecione a agência de relacionamento com o INSS e escolha Avançar.
  9. Confira os dados informados no requerimento e clique em "Declaro que li e concordo com as informações acima". Logo após, clique em Avançar.
  10. O serviço também pode ser solicitado pela Central 135, assim como diretamente às entidades associativas.

Como bloquear?

Para evitar futuros descontos, é possível pedir o bloqueio do benefício para mensalidade associativa. Veja como fazer:

  1. No Meu INSS, acesse a opção "solicitar bloqueio ou desbloqueio de mensalidade";
  2. Faça login com CPF e senha do Gov.br;
  3. Siga as instruções para confirmar o bloqueio;

O que aconteceu

Operação Sem Desconto mira golpes contra aposentados e pensionistas. A ação que resultou em um primeiro momento no afastamento e depois na demissão de Stefanutto foi deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União. Os agentes miram no combate ao esquema nacional de descontos não autorizados em benefícios concedidos pelo INSS.

Ação da Polícia Federal cumpre seis mandados de prisão temporária. Também foram realizadas ontem 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão.

Servidores públicos estão entre os suspeitos. Conforme informações da Polícia Federal, seis profissionais foram afastados de suas funções.

Investigação mira envolvidos de 14 Unidades da Federação. A operação com 700 policiais federais e 80 servidores da CGU foi realizada no Distrito Federal e nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

Investigados podem responder por diversos crimes. Os alvos da operação são suspeitos pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

 

FONTE: UOL ECONOMIA

Rua Dr. Eurico de Aguiar, nº 888, salas 905 e 906
Ed. Metropolitan Office, Santa Lúcia, Vitória/ES - CEP: 29.056-200

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